Hoje, 13 de janeiro, visita ao Vale Sagrado, Cusco-Perú. A chegada, ontem, a Cusco, foi as 17:00 horas aproximadamente. Entrar nessa cidade e procurar o hotel não foi muito fácil, tendo que contratar um taxi (que de tão lento quase ia pra trás). Hotel bom, localizado a três quadras da praca das armas, point dos turistas e centro de localização. Um parêntese: aqui no Peru, de uma forma geral, o turista fica cego, pois os governos municipal, departamental ou federal, não dão o atendimento e informações que são necessárias em se tratando de exploração do turismo como fonte principal. Raramente há placas indicativas de entrada e saída; também não há indicações de como chegar a determinado ponto turistico a visitar. Temos que na maioria das vezes ficar pedindo essas informações aos pedestres, o que alguns também, por má-vontade ou não, não sabem informar ou ' acham' que é para lá, ou para cá...É triste ver toda uma história, cultura e bela natureza não ser melhor explorada, querendo eles(governos e comerciantes) apenas ter o significado do dinheiro, sem investimento em infra-estrutura turística. Fecho parêntese. Fechamos dois pacotes assim que chegamos, o primeiro para Vale Sagrado, e o segundo para Machu Picchu. Esse de Machu Picchu era para ser o primeiro, mas já estavam esgotados os ingressos de excursão. Saimos de Cusco as 07:00 horas para Vale Sagrado, de bus(micro onibus), e chegamos de volta aproximadamente as 21:00 horas. O programa é intenso. O Vale Sagrado não é somente um local, mas sim composto de vários lugares e povoados. A parte do Vale Sagrado mais famoso, aquele que vemos em fotografias, fica em Pisaq, e também em Ollantaytambo. Todo o Vale, enquanto andando com o bus, é impressionante. Exploram o turismo como fonte principal, mas também há forte agricultura de batata e milho, além do comércio de roupas e artesanatos, com bom preço e qualidade. No Vale Sagrado tem aquelas escadarias feitas nas montanhas, onde serviam para contenção da terra, bem como para a agricultura, sendo que em cada nível de altitude havia um tipo de plantação, pois o clima tinha interferência na agricultura. Também os Incas faziam suas contruções sempre visando o sol, sua fonte de riqueza e sabedoria. As pedras sao geométricas e fica dificil imaginar como eles tinham tanto conhecimento de física e matemática. Sim, porque os Incas dominavam o conhecimento dos efeitos dos terremotos, razão porque faziam ângulos e encaixes precisos das pedras. Há enormes blocos de pedras, muitos deles trazidos de longe, atravessando montanhas. Incrível como fizeram chegar lá nas alturas da montanha. Outro destaque é em relação à água, principal fonte de alimento. Os Incas canalizavam a água trazendo ou de fontes naturais de cima da montanha, ou das geleiras, ainda que distantes. Faziam dutos que transportavam a água para todos. Das ruinas de Pisaq fomos para Ollantaytambo, pequena cidade em que me impressionaram as ruinas dos Incas. Quem vai a Machu Picchu deve chegar primeiro a Ollantaytambo para pegar o trem para Aguas Calientes, e daí um bus. Nao há outra forma. Essas ruínas de Ollantaytambo é uma verdadeira aula de cultura. Sua beleza arquitetônica é de causar inveja aos mais sabidos arquitetos de nosso tempo. Os Incas planejavam tudo nos detalhes, quer quanto ao aspecto da seguranca do povo, quer quanto à autonomia na produção de alimentos, quer quanto ao uso da água. Suas edificações sempre foram voltadas para o alto das montanhas. Servia para dois motivos: um, que na parte baixa da montanha sempre há um rio ou córrego, e daí bastava pouca chuva que enchia e poderia causar inundações , e depois, porque no alto tinham condições de melhor enfrentar os inimigos, pois também eram feitas de forma estrategista, dominando, assim, todo um vale. A religiosidade dos Incas está sempre presente nessas construções, os quais simbolizavam principalmente o Deus Sol. As construções eram distintas uma da outra por classes, sendo o rei e os nobres feitas com pedras polidas e de encaixes perfeitos, de diversos angulos, quadrados, retangulares, triangulares, trapeziais, etc.; a dos sacerdotes, com algumas diferenças menores no estilo, e as do povo, estas sem um padrão definido, usando apenas as pedras e sobrepondo-as, embora fossem igualmente sólidas. Fomos almoçar em Urubamba, também um povoado dentro do Vale Sagrado. Comi pela primeira vez 'ceviche´, que me recomendaram que comesse por ser um prato tradicional no Peru. Trata-se de algum tipo de peixe, cru, com temperos especiais. Saboreei o de Truta. Ah... é frio, servido como se fosse salada. Muito gostoso. O rio que mageia o Vale chama-se Urubamba. Depois seguimos para Chinchero, um pequeno povoado que tem seu turismo na artesania de roupas feitas de Alpaca(dizem ser uma das melhores do mundo) e na igreja da Nossa Senhora da Natividade. O interior da igreja é algo impressionante que, infelizmente para mim(felizmente para a conservação desse interior) não se pode fotografar, por isso não há como apresentar essa obra de arte. Já conheci muitas igrejas famosas na Itália, inclusive com obras de Miguelangelo. Mas na minha opinião o interior dessa igreja supera todas aquelas que vi, pois preserva a naturalidade e a simplicidade, onde se vê no trabalho de escultura da madeira que forma o altar de fundo, inclusive banhada em ouro, algo que nos faz naquele momento voltar no tempo e tentar imaginar como fizeram, quem fez, etc. . Além dessa obra escultural, há beleza nas pinturas de imagens santas (que talvez por não ter o preciosismo e detalhes das obras de Miguelangelo, se mostram bonitas) nas paredes. Como já disse anteriormente, infelizmente os governos do Perú não dão a devida e necessária atenção, podendo futuramente ser tarde demais. O exterior da igreja, principalmente a praça frontal, perde o seu encanto porque esses governos permitem que ali se adonem, integralmente, todo o tipo de comércio. Enfim, hoje foi um dia intrigante, espiritual, cultural, que torna dificil transmitir o que se viu, pois na verdade aqui, nessa região do Vale Sagrado, a questao não é o que se viu, mas o que se sentiu.
Este site traz minhas viagens de moto, de médias e longas distâncias. Meu lema: Motociclismo, Aventura Sem Fronteiras. Já visitei o Deserto de Atacama (de norte a sul e de leste a oeste), Vina Del Mar, Pucon, Lagos Chilenos,Carretera Austral, no Chile; Machu Picchu, Nazca, no Peru; Mendoza, Buenos Aires, Bariloche e Ushuaia, na Argentina; Montevideo, Punta Del Este, Colonia del Sacramento, Rivera, no Uruguai; Paso San Francisco e Paso Sico; Rallye Dakar; e Alaska/USA.
Dakar - Paso San Francisco
domingo, 13 de janeiro de 2008
Hoje, 13 de janeiro, visita ao Vale Sagrado, Cusco-Perú. A chegada, ontem, a Cusco, foi as 17:00 horas aproximadamente. Entrar nessa cidade e procurar o hotel não foi muito fácil, tendo que contratar um taxi (que de tão lento quase ia pra trás). Hotel bom, localizado a três quadras da praca das armas, point dos turistas e centro de localização. Um parêntese: aqui no Peru, de uma forma geral, o turista fica cego, pois os governos municipal, departamental ou federal, não dão o atendimento e informações que são necessárias em se tratando de exploração do turismo como fonte principal. Raramente há placas indicativas de entrada e saída; também não há indicações de como chegar a determinado ponto turistico a visitar. Temos que na maioria das vezes ficar pedindo essas informações aos pedestres, o que alguns também, por má-vontade ou não, não sabem informar ou ' acham' que é para lá, ou para cá...É triste ver toda uma história, cultura e bela natureza não ser melhor explorada, querendo eles(governos e comerciantes) apenas ter o significado do dinheiro, sem investimento em infra-estrutura turística. Fecho parêntese. Fechamos dois pacotes assim que chegamos, o primeiro para Vale Sagrado, e o segundo para Machu Picchu. Esse de Machu Picchu era para ser o primeiro, mas já estavam esgotados os ingressos de excursão. Saimos de Cusco as 07:00 horas para Vale Sagrado, de bus(micro onibus), e chegamos de volta aproximadamente as 21:00 horas. O programa é intenso. O Vale Sagrado não é somente um local, mas sim composto de vários lugares e povoados. A parte do Vale Sagrado mais famoso, aquele que vemos em fotografias, fica em Pisaq, e também em Ollantaytambo. Todo o Vale, enquanto andando com o bus, é impressionante. Exploram o turismo como fonte principal, mas também há forte agricultura de batata e milho, além do comércio de roupas e artesanatos, com bom preço e qualidade. No Vale Sagrado tem aquelas escadarias feitas nas montanhas, onde serviam para contenção da terra, bem como para a agricultura, sendo que em cada nível de altitude havia um tipo de plantação, pois o clima tinha interferência na agricultura. Também os Incas faziam suas contruções sempre visando o sol, sua fonte de riqueza e sabedoria. As pedras sao geométricas e fica dificil imaginar como eles tinham tanto conhecimento de física e matemática. Sim, porque os Incas dominavam o conhecimento dos efeitos dos terremotos, razão porque faziam ângulos e encaixes precisos das pedras. Há enormes blocos de pedras, muitos deles trazidos de longe, atravessando montanhas. Incrível como fizeram chegar lá nas alturas da montanha. Outro destaque é em relação à água, principal fonte de alimento. Os Incas canalizavam a água trazendo ou de fontes naturais de cima da montanha, ou das geleiras, ainda que distantes. Faziam dutos que transportavam a água para todos. Das ruinas de Pisaq fomos para Ollantaytambo, pequena cidade em que me impressionaram as ruinas dos Incas. Quem vai a Machu Picchu deve chegar primeiro a Ollantaytambo para pegar o trem para Aguas Calientes, e daí um bus. Nao há outra forma. Essas ruínas de Ollantaytambo é uma verdadeira aula de cultura. Sua beleza arquitetônica é de causar inveja aos mais sabidos arquitetos de nosso tempo. Os Incas planejavam tudo nos detalhes, quer quanto ao aspecto da seguranca do povo, quer quanto à autonomia na produção de alimentos, quer quanto ao uso da água. Suas edificações sempre foram voltadas para o alto das montanhas. Servia para dois motivos: um, que na parte baixa da montanha sempre há um rio ou córrego, e daí bastava pouca chuva que enchia e poderia causar inundações , e depois, porque no alto tinham condições de melhor enfrentar os inimigos, pois também eram feitas de forma estrategista, dominando, assim, todo um vale. A religiosidade dos Incas está sempre presente nessas construções, os quais simbolizavam principalmente o Deus Sol. As construções eram distintas uma da outra por classes, sendo o rei e os nobres feitas com pedras polidas e de encaixes perfeitos, de diversos angulos, quadrados, retangulares, triangulares, trapeziais, etc.; a dos sacerdotes, com algumas diferenças menores no estilo, e as do povo, estas sem um padrão definido, usando apenas as pedras e sobrepondo-as, embora fossem igualmente sólidas. Fomos almoçar em Urubamba, também um povoado dentro do Vale Sagrado. Comi pela primeira vez 'ceviche´, que me recomendaram que comesse por ser um prato tradicional no Peru. Trata-se de algum tipo de peixe, cru, com temperos especiais. Saboreei o de Truta. Ah... é frio, servido como se fosse salada. Muito gostoso. O rio que mageia o Vale chama-se Urubamba. Depois seguimos para Chinchero, um pequeno povoado que tem seu turismo na artesania de roupas feitas de Alpaca(dizem ser uma das melhores do mundo) e na igreja da Nossa Senhora da Natividade. O interior da igreja é algo impressionante que, infelizmente para mim(felizmente para a conservação desse interior) não se pode fotografar, por isso não há como apresentar essa obra de arte. Já conheci muitas igrejas famosas na Itália, inclusive com obras de Miguelangelo. Mas na minha opinião o interior dessa igreja supera todas aquelas que vi, pois preserva a naturalidade e a simplicidade, onde se vê no trabalho de escultura da madeira que forma o altar de fundo, inclusive banhada em ouro, algo que nos faz naquele momento voltar no tempo e tentar imaginar como fizeram, quem fez, etc. . Além dessa obra escultural, há beleza nas pinturas de imagens santas (que talvez por não ter o preciosismo e detalhes das obras de Miguelangelo, se mostram bonitas) nas paredes. Como já disse anteriormente, infelizmente os governos do Perú não dão a devida e necessária atenção, podendo futuramente ser tarde demais. O exterior da igreja, principalmente a praça frontal, perde o seu encanto porque esses governos permitem que ali se adonem, integralmente, todo o tipo de comércio. Enfim, hoje foi um dia intrigante, espiritual, cultural, que torna dificil transmitir o que se viu, pois na verdade aqui, nessa região do Vale Sagrado, a questao não é o que se viu, mas o que se sentiu.
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