Dakar - Paso San Francisco

Dakar - Paso San Francisco

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010










Parto para o destino: Ushuaia. Embora levantamos cedo, saimos as 08:30 horas, chegando em Ushuaia as 22:30 horas. O trajeto nao é muito longo (+-650 km), mas tem dois inconvenientes: aduana e ripio. Saindo de Rio Gallegos a paisagem muda bastante, tendo em toda a extensao até proximo a Ushuaia estancias de criaçao de gado, colinas, curvas suaves, e a esquerda o oceano atlantico. Para os olhos faz bem, e mais: pouco vento, sendo forte apenas nos descampados. A medida que avançamos começam a surgir arvores e aumentar as montanhas. Quanto ao problema da aduana de Argentina e Chile, e vice-verso, foram quatro horas perdidas (sao um total de 4 aduanas). Haja paciencia! Sobre o ripio (foram 124 km, tudo no Chile) trata-se de uma estrada do nosso interior, muito cascalho. A diferença, e daí o grande problema e perigo na pilotagem, é o forte vento lateral e suas rajadas, além de ter que cuidar muito nas curvas, especialmente quando em subida ou descida, pois nesses pontos o ripio está mais solto. Cuidados redobrados quando está molhado, fato este que me fez derrapar. Foi um susto grande! Depois que se acostuma com esses cuidados e como e quando devemos acelerar forte, ou frear bem antes dessas curvas(nao se percebe de longe se o ripio esta alto ou baixo), daí a pilotagem fica melhor e emocionante. Para se ter uma ideia da força do vento, num determinado lugar, em pleno ripio, uns 10 minutos antes de chegarmos, o vento tombou um automóvel. A rajada pega de tal forma que faz o veículo(qualquer um, inclusive caminhao) chegar para fora da pista e, em ato continuo, o motorista para corrigir faz força contrária, o que faz derrapar e perder-se na estrada, uma vez que o vento repentinamente para de forçar. É um tanto dificil explicar o que se vivencia na pratica nessa estrada de ripio e vento. Abastecimento tem em Rio Gallegos(saida), depois somente a 290 km, em San Sebastian-AR. O Paulista e o Remi tiveram que usar o combustivel reserva. Atravessamos no Chile o Estreito de Magalhaes, foi rápido porque assim que chegamos a barca (transbordador) partiu. A primeira aduana é proximo a Rio Gallegos, e a segunda em San Sebastian (onde tem o posto de combustivel). Passado (e vencido) o famoso rípio, com pequenos sustos, ingressamos novamente na Argentina, e como ja disse, cada vez melhora o prazer de pilotar. Passamos por Rio Grande-AR, cidade bonita e agradável (foi uma das bases do comando da Argentina na guerra das Malvinas), depois por Tolhuin, quando aí começam aos poucos os bosques e lagos. O Lago Fagnano é muito grande e bonito, depois vem o Lago Escondido (que acho mais bonito porque fica entre as montanhas) e, finalmente, já esfriando muito, chega-se na cidade de Ushuaia. Em Ushuaia ficamos num Apart Hotel, bem no alto (mas barato, claro). Jantamos e fomos dormir (eram +-02:00 horas), pois o dia seguinte seria para visitar.

Um comentário:

  1. Esta parte certamente foi emocionante. Não consigo imaginar como pilotar uma moto nessas circunstâncias de vento e rípio. Claro que pelo número de pessoas que fazem isso, e até voltam, deve ser possível, mas certamente é uma descarga de adrenalina que deve ser um dos atrativos da viagem. Excelente narrativa, parece que estamos lá. Pedro Carmona

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