Dakar - Paso San Francisco

Dakar - Paso San Francisco

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Rio Tranquilo - 02/01/2012













Relato atrasado; não havia internet. Paciência e respeito pela ruta, assim que foi hoje. Amanheceu o dia com sol, um pouco frio. Arrumei as coisas e fiquei sem café, pois em Cabana não tem. Saí com 12 graus, chegando durante o dia a 38 graus. A Ruta 7 permaneceu excelente, sendo 100 km de asfalto até Villa Cerro Castillo. A paisagem é um pouco diferente de até agora, mas continua bonita, viajando entre vales verdejantes e montanhas baixas. Desde a saída de Coyhaique se está no vale do Rio Simpson, tornando uma pilotagem muito tranqüila, subindo ou descendo colinas, com curvas suaves, Essa tranqüilidade durou até Villa Cerro Castillo, pois a partir daí a coisa ficou feia. Logo na saída desse povoado ( que tem pequenas hospedagens e restaurantes, como quebra-galho, e combustível somente de emergência, servido no galão (não tem “estacion de servicios”). Os primeiros 20 quikometros são terríveis, onde andei em primeira e segunda marcha, com o ripio um pouco solto e alto, e era um sobe e desce a montanha, com muitas, mas muitas costeletas. Pior que esse trecho somente aquele após Futaleufú. Embora fosse horrível, pelo menos grande parte era firme, o que permitia, com cuidado extremo, ir devagar para chegar ao destino. Depois desses 20 km ruins, a ruta melhora(menos pior) até Bahia Murta. Obviamente que o trajeto tem excelente visual. Parei para um lanche em Bahia Murta e, a partir daí, até Puerto Rio Tranquilo, são 24 km novamente de ripio ruim, alto e solto. A essa altura minhas mãos estavam muito doloridas de tanto debriar e controlar o acelerador. Torna-se tenso o pilotar. Mas vai. Nesse trajeto de hoje passei pelo famoso Bosque Muerto, que proporciona um visual incrível. Logo depois de Bahia Murta, inicia o acompanhamento do Lago General Carrera por todo o resto do trajeto, o que leva a visuais fabulosos. O problema continua sendo parar para fotografar. O ápice do dia ficou para Puerto Rio Tranquilo. Primeiro, porque logo na chegada já fiz a excursão de barco para as Capelas de Mármores. É sensacional! Único! O passeio, ao preço de +- US$ 19,00 (o preço é 30.000 pesos chilenos por barco; assim, o valor é dividido entre os que vão, com capacidade de até 6 pessoas). Fomos em três adultos(criança não paga), o que deu 10.000 pesos para cada uma. Essas rochas de mármores em pleno lago, formando labirintos pela ação do vento e da água, criam imagens magníficas. Esse passeio, de 1h30min, na minha opinião, já vale a viagem. Terminado o passeio, abasteci a moto e fui procurar “hospedaje”. Em segundo lugar, essa vai para os incrédulos: ACAMPEI, E TOMEI UM BANHO (MUITO GELADO) NO LAGO GENERAL CARRERA. E MAIS: TENTEI PESCAR, MAS A ISCA NÃO IA PARA DENTRO DO LAGO (coisa de pescador nato!). O camping (Pudú) é limpo e com estrutura básica, sem restaurante, ao preço +- US$ 9,00 . Com isso, fiz jus à compra da barraca e pelo menos molhei a isca no lago. No camping lavei roupa e secou fácil ao ser estendida ao vento. Do anoitecer à noite (por aqui o sol desaparece pelas 21:30/22:00 horas), fiquei conversando com dois campistas ( Alejandro, argentino, e um rapaz com seu filho, chilenos). Comprei para a minha janta um pedaço de queijo (muito gostoso) e um pacote de bolacha, e para beber, água mineral. Vê se pode isso! Mas depois da “janta”, beberiquei no cantil a minha Tequila Cuervos que levei. Com ela, minha janta passou a ser ótima! Hoje não teve internet e nem telefone disponíveis. Sigo na dúvida sobre qual direção tomarei amanhã, quando chegar na encruzilhada.

Um comentário:

  1. Feliz por saber que estás bem! E rindo até agora do seu acampamento e pescaria...rsrsrs
    Muito bom o seu relato. Maira

    ResponderExcluir