Dakar - Paso San Francisco

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quarta-feira, 10 de junho de 2015

Dia 43 - Coldfoot-Alaska/USA a Deadhorse-Alaska/USA













Decisão acertada de ontem em vir para cá. Essa estrada James Dalton Hwy é sensacional, não pela sua beleza, por suas paisagens, mas sim porque por ela chegamos à emoção de pilotar uma moto. As circunstâncias são variadas, de boas a ruins, e isso mexe com a adrenalina. Saimos às 08:00hs e chegamos às 15:00hs. Boa parte do trajeto com chuvisco, mas hoje não colocamos capa de chuva. Pegamos pista molhada, lisa. Pegamos pista seca, de terra, bem compactada (quase um asfalto).  Pegamos também muita estrada de terra com gravel(britas) pequenas ou médias, às vezes com muito brita, outras pouca. Obviamente que não poderia faltar a cereja do bolo: barro, NEVE, e 2 graus. Esse trecho foi na região da montanha ATIGUN PASS, onde fiz a subida em segunda marcha. Foi magnífico! Essa estrada (Dalton Hwy), principalmente a partir de Coldfoot, não tem a beleza do Monument Valley, ou do Grand Canyon, ou Sequoia Park, etc., mas traz a verdadeira essência dessa viagem. Superação, adrenalina, não se sente (não há tempo para isso) dor, nem cansaço. A roupa fica suja, a moto fica suja (mais suja), mas a alma fica lavada! Se tem medo (eu tive), dá aquela "dor de barriga" em alguns momentos, mas é bom. Às vezes se anda a 100/120 km/h na brita (nem eu acredito que fiz isso), outras vezes se anda em segunda marcha, a 10/20 km/h, algumas derrapadas de leve, pés no chão. Não saber o que está por vir mais à frente, empurra a gente justamente para o horizonte, buscando sempre uma conquista a mais. Todo meu planejamento tinha como objetivo (não obsessivo) de chegar onde estou, ou seja, algo mais além do Alaska, o que já considero o feito principal. É como se, neste momento, me dou por realizado completamente. Afinal, daqui pra frente não há mais estrada para percorrer, ou me conduzir a um novo horizonte. A estrada James Dalton Highway termina aqui, assim como a Ruta 3, na Argentina, termina no Ushuaia. Fiz os dois extremos possíveis de percorreu por estrada. As informações sobre as condições dessa estrada não eram animadoras, até algumas mais pessimistas. Quase não viemos até o fim. Mas fomos indo, indo, perguntando a cada parada. E aqui estamos! Nos perguntamos: e se realmente não tivesse gasolina? e se a estrada nos obrigasse a pilotar quase caminhando, ou que fosse "intransponível"? e por quantos kms? Mas também pensamos, e se tudo isso fossem infokrmações exageradas, meia-verdades, colhidas por pessoas que "acham" que está ruim? Bom, para qualquer problema, sempre haverá alguma solução. E assim decidimos seguir adiante. Não desistimos! Sabeos que alguns motociclistas desistiram por causa dessas informações pessimistas, mas outros, como nós, vieram. Logo, quem puder ler a tempo este diário, venha, com cuidado! Parece-me que o sucesso se mete e se alcança quando não se desiste de tentar, ainda que, paradoxalmente, podemos não chegar exatamente onde queíamos. Longe de sermos ou querermos ser algo mais, apenas avançamos. Portanto, apesar das (agora) pequenas dificuldades por que passamos, é possível vir e chegar, com maior ou menor sacrifício, dependendo do momento do Sr. Tempo. Realmente a estrada não está muito boa(houve a enxurrada), mas não está impossível de trafegar (até eu cheguei!). Com sol, ela é boa, apeenas devemoks cuidar dos caminhões, que andar em alta velocidade. Estou no Prudhoe Bay Hotel, ao preço por quarto (até duas pessoas) de US$ 230,00 (novamente dividindo por 2 = US$ 115,00), do tipo "tudo incluido", 24 horas por dia. A comida é excelente. Aqui neste hotel não se pode entrar com calçado da rua, devemos colocar proteção nos pés para manter a limpeza. Quando chegamos a Deadhorse fomos logo abastecer. Nesse local, um senhor - Chepard -, nos levou na sua camjionete para procurar hotel, e fez um "tour" pelo acampamento. Ah. Deadhorse não é bem uma "cidade", mas sim um acampamento de obras e operários da extração do petróleo. Aqui os trabalhadores trabalham 2 semanas, e folgam duas. Para vir para cá é aconselhável usar pneu biscoito, embora com os normais bem conservados não é difícil, exceto se chove. Aqui em Deadhorse é proibido construções, portanto, todos os prédios são modulados, para, talvez num futuro, serem removidos do lugar. Por isso é um "acampamento". Putz, e aqui é terminantemente proibido bebida alcóolica! Contratamos a excursão para Prudhoe Bay, amanhã, com saída as 15:30hs, ao preço de US$ 59,00. Deve-se fazer a reserva com mínimo de 24hs de antecedência. A visita é controlada. Devo inciar o retorno na sexta-feira.




7 comentários:

  1. parabens pela viagem e grato pelo compartilhamento. forte abraço dinho sprenger.

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  2. Parabéns! Parabéns .......vcs conseguiram ........muito legal!
    Aqui de longe , fui na garupa de vcs dia à dia, vivendo essa baita aventura....
    O sabor de vitória na chegada deve ter sido demais....
    Em março do próximo ano vou fazer esse roteiro e tentar sentir esse mesmo prazer de estar em Prudhoe Bay...
    Voltem na boa e continuarei curtindo essa aventura...
    Abraçado!

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  3. Luis, parabéns por essa sensacional viagem. Ao ligar o notebook, uma das primeiras coisas que faço todo os dias é verificar se tem atualizações no seu blog. Faço isso desde o primeiro dia, me sinto viajando com vocês. Um abraço e continuarei aqui acompanhando!

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  4. Parabéns! Vocês conseguiram! – Como você mesmo disse, qualquer um pode fazer com mais ou menos dificuldades, dependendo do tempo. Estou impressionado com a qualidade dos seus relatos: imparciais, sucintos e acima de tudo mostra muito do que você é. Por exemplo: gostei muito de seu comentário, “Longe de sermos ou querermos ser algo mais, apenas avançamos”. Isso, sem dúvida nenhuma mostra uma simplicidade intelectual de alguém que pretende nada mais, nada menos mostrar aos seus leitores que dificuldades existem, mas que com coragem e determinação, é possível chegar lá e vocês chegaram por reunirem estas qualidades. Vou continuar acompanhando. Estou me sentindo como que pilotando ao teu lado! – Um abraço e sucesso a vocês! - Geraldo Magela dos Reis - Patos de Minas - Brasil

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    1. Os comentários que nos prestam, sejam de forma crítica ou elogiosa, nos encorajam a prosseguir sempre, corrigindo ou aperfeiçoando. Meus agradecimentos, e que continuem acompanhando essa jornada, que ainda não terminou.

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    2. Parabéns Luis pela conquista!

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