Dakar - Paso San Francisco

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terça-feira, 21 de julho de 2015

Dia 84 - Liberação da moto, Campinas/SP - Itapetininga/SP

Saí cedo do hotel e peguei um taxi até o terminal de cargas do aeroporto de Campinas para dar início aos trâmites finais de desembaraço da moto. Dia estressante ao enfrentar a burocracia brasileira, mas, ao final, deu tudo certo. Vamos aos fatos. Registro, primeiramente, a excepcional atenção do pessoal da Receita Federal, compreensivos e rápidos naquilo que lhes competia fazer. Porém, quando precisaram de um documento de liberação do Ibama para finalizar a liberação da moto, esta complicou. Mesmo eu apresentando aquele documento de Exportação Temporária, de saída oficial e óbvio retorno nas mesmas condições (como já referi no início da viagem, esse documento não é mais obrigatório, mas ajudou muito nessa hora), o Ibama não queria liberar porque disseram que é proibido ingressar no país "pneus", dizendo eles (totalmente equivocados) de que necessitaria de uma "importação" dos pneus que estão na moto. Absurdo! Essa discussão durou quase todo o dia, sendo que a Receita Federal entendia que não necessitaria nada de "declaração de importação" dos pneus, e o Ibama ao contrário. O Ibama, inclusive, cogitava levar o assunto e autorização para Brasília...My God! ...imaginem quando "Brasília" daria a resposta...Depois de muito tempo discutindo as razões, falando com supervisores, chefes, coordenadores e até o Superintendente, e às vezes aguardando um vir do almoço, reunião ou cafezinho, finalmente "acharam" uma saída legal, ou seja, na verdade viram que não tinham razão e então eu fiz uma justificativa e explicação dos fatos, de punho, requerendo a liberação e assumindo as responsabilidades legais sobre o ingresso da moto com os "pneus". Enfim, acabou dando certo, mas faço um registro: levar a situação numa boa, sem discussão, "sorrindo", elogiando a dedicação (na verdade dois funcionários do Ibama até se esforçaram, mas havia outros que queriam complicar) deles para resolver o impasse. Conclusão: finalmente entenderam que os pneus, rodados, fazem parte da moto e não há comercialização(importação). Aliás, o absurdo seria tanto, que se eu retirasse os pneus da moto, colocasse eles no lixo, e comprasse e instalasse outros no lugar, a moto seria imediatamente liberada pelo Ibama. Um parêntese: o amigo Marcelo, que enviou a moto dele do México e fez o ingresso pela aduana de Porto Alegre (embora tivesse tido outros problemas de ordem documental, vindos do exterior, e demorou muito mais),  lá o Ibama nada exigiu ou complicou, ou seja, depende da interpretação ou boa vontade das pessoas - funcionários públicos, RF e Ibama - de cada aeroporto. Liberada a moto, já quase no final da tarde, depois de retirada da caixa com a ajuda de um pessoal muito legal (a essa altura eu já estava bem conhecido) tive que montar o para-brisa da moto e colocar óleo do motor (este eu já havia comprado em Miami e embalado junto com a moto). Demorei quase uma hora para colocar o para-brisa, tanto pela falta de prática, como porque os pequenos parafusos e arruelas internas eram difíceis de prender... mas deu certo. Troquei de roupa e reorganizei as malas para reiniciar a viagem de retorno, agora já em terras tupiniquins. Apesar desses transtornos burocráticos, e das equivocadas interpretações do Ibama, acho até que levar dois dias inteiros para resolver o problema de desembaraço não foi ruim. Saí do terminal do aeroporto já escurecendo, abasteci a moto. Pelo horário avançado, e por estar muito cansado, fui apenas até Itapetininga/SP, aproximadamente 150 km de distância, me hospedando no Hotel Poloni(razoável). Resolvi seguir por esse trajeto por dois motivos: um, para visitar o amigo Cleverson em São Mateus do Sul/PR, outro, porque desviaria do anel viário de Campinas/São Paulo, o que muitos motociclistas me recomendaram evitar. Hoje, infelizmente, não tirei nenhuma fotografia, porém, apresento os principais documentos do desembaraço da moto, entre outros existentes, os quais poderão servir de auxilio e orientação.





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