Dakar - Paso San Francisco

Dakar - Paso San Francisco

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011






Acordamos muito cedinho porque o trem que nos levou até Águas Calientes partiu às 6h59min, e tínhamos uma caminhada de 15 minutos até a estação.
Amanhecia um belo dia, ficamos muito felizes. É dia de Reis. À noite passada os grupos desfilaram pela cidade com pequenas bandas, mas fazendo bastante barulho. Todos vestidos a caráter.
Assim que chegamos à estação fomos encaminhados ao trem VistaDome, muito confortável e logo que parte é servido um desjejum. A paisagem é muito linda e à sua esquerda segue o rio Urubamba com uma correnteza fortíssima. O lado direito nos reserva flores e orquídeas e de vez em quando um córrego de água muito limpa vinda da montanha.
Chegamos às 8h30min em Águas Calientes e tivemos que seguir até a praça no “i Peru” para comprar os ingressos para Machu Picchu. Para nossa surpresa (muito mais caros: 128 soles peruanos, +- US$ 46,00 por pessoa), não aceitam dólar e muito menos cartão de crédito. Com essa o Luis ficou preocupado, porque não é hábito levar muito dinheiro em cash para passeios. E ainda faltavam as passagens da van que nos levaria para Machu Picchu. Acabou faltando dinheiro. Fomos até um caixa eletrônico, onde outras pessoas já estavam aguardando, o qual estava fora do ar, em manutenção.
No outro lado da rua passava o casal de Santa Maria, Denilson e Elisandra, que conhecemos no trem, o Luis correu até eles e solicitou um empréstimo, para pagar assim que conseguisse retirar dinheiro. Foram super atenciosos.
Bem, retornamos então para a compra das passagens da van (US$ 15,50 ida e volta, por pessoa) e seguimos viagem até Machu Picchu. Isto já era em torno de 9horas e a subida leva em média 20 minutos.
A subida em torno de 400m é bastante íngreme e cheia de curvas, mas muito tranqüila. A gente fica a observar esta natureza tão exuberante. O detalhe de cada montanha, as fendas que se abrem. Eu estava radiante porque o dia estava como um presente de Deus. Claro e ensolarado. Não queria nem pensar numa mudança de tempo, como o Luis já havia falado, que elas ocorrem repentinamente.
O nosso objetivo era subir o Waynapicchu. Então fomos direto para a entrada, onde vários grupos aguardavam seus guias para a jornada. Um aviso importante: não esqueça seu passaporte, ele será necessário na entrada.
À medida que estávamos caminhando em direção à montanha Waynapicchu, bem na realidade eu nem sabia que caminho seguir, só estava prestando atenção no que meus olhos conseguiam enxergar. Em seguida encontramos um dos amigos de Garibaldi, da noite anterior, e nos falou que para subir o Waynapicchu era necessário um selo que é colocado na entrada, e que a princípio estava lotado.
Retornamos à entrada e realmente haviam se esgotada as 400 autorizações. Aviso: haviam pessoas que estavam às 06:00 horas na entrada e já estavam esgotados os selos. Portanto, agora devemos estar antes desse horário, pois quando o Luis veio em 2008 o sistema era diferente, e ele conseguiu subir a montanha pelas dez horas.
Frustrado esse desejo, surgiu outro, até mais aventureiro: subir a montanha Machu Picchu, que em termos de subida é o dobro da Waynapicchu.
Empreendemos a jornada e atingimos os 3.000 metros de altura, numa subida quase vertical de 600 metros, depois de 2 horas. É incrível, pois nessa montanha, em cada uma das paradas para descanso, o visual era espetacular. Dessa montanha ( a mais alta do sitio arqueológico, se tem a mais ampla visão das ruínas e, à medida que atingimos os pontos mais altos, aquelas belas ruínas vão ficando pequenas. Em momentos as nuvens passavam e cobriam o visual, para em seguida abrir aquele explendor. Registre-se que são poucas as pessoas que vão à montanha Machu Picchu, pois exige muito esforço e determinação. Nós fomos e vencemos essa montanha.
Depois que descemos (cerca de 1h20min), fomos conhecendo as ruínas mágicas de Machu Picchu. É um verdadeiro sobe-desce, que a cada canto, ao olharmos par cima ou para baixo, ou para um lado ou para o outro, temos a visão tonteada pela beleza que se abre. Estar lá, caminhando, sentados, ou muitos deitados, observando envaidecidos àquele espetáculo promovido pela mão do homem, surgindo várias interrogações sem respostas de modo,meio e vida com que esse inteligente povo nos presenteou. Há, nesse lugar, um misticismo contagioso, em que a melhor expressão para dar significado ao que se vê, é o silêncio. É um lugar de paz e reflexão. Após exaustivo roteiro pelas ruínas, infelizmente temos que retornar. Próximo à saída, sentamos num banco e ficamos a observar as ruínas, vendo o sol aos poucos baixar e dar nuances diferentes àquela obra. Nisso, chegaram o casal Denilson e Elisandra, que também passaram a observar as ruínas e depois tiramos algumas fotos para finalizar esse objetivo alcançado.
Pegamos a van e retornamos a Águas Calientes. Visitamos aí a igreja, simples e bonita, e depois fizemos um lanche (pago com cartão, claro, porque estávamos sem dinheiro naquele momento; que vergonha!) .
Pegamos o trem das 6h23min, e chegamos em Ollantaytambo pelas 08:30h. Fomos direto jantar no mesmo restaurante Heart’s Café, sendo que o Rider (já que não tínhamos dinheiro e ele não trabalha com cartão de crédito) disse que poderíamos pagar no dia seguinte, sem problema. Isso demonstra que há pessoas que acreditam na confiança. Amanhã vamos para Cusco.
Observação: O Luís constatou uma elevada inflação nos preços do trem, van e ingresso para Machu Picchu, em relação a janeiro/2008.

2 comentários:

  1. nossa!! essa viagem está incrível!! apesar de todo o cansaço de vocês, vejo que estão adorando e aproveitando muito bem. curtam muito e se cuidem, amo vocês!! beijos.

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  2. Como conversamos por e-mail, estou acompanhando a viagem e o relato está excelente. Parabéns.

    Publiquei um artigo sobre a viagem. Espero que esteja tudo certo.

    http://www.viagemdemoto.com/2011/01/viagem-de-moto-machu-picchu-peru-xii.html

    Abraços

    Rômulo

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