Trevelin-AR - 30/12/2011

Às 08:00 horas, conforme estava agendado, levei a moto pra trocar os pneus e o óleo. O Sr. Felix fez a troca dos pneus com muita prática e experiência, mesmo sem os modernos recursos, e eu aprendi um pouco mais. Depois da troca, eu mesmo troquei o óleo e filtro. Com as trocas, e por não levar mais o pneu velho dianteiro, consegui diminuir +- 11 kg n o total da bagagem. Voltei ao hotel e redistribuí a bagagem de forma a melhorar (pelo menos um pouco) o equilíbrio da moto. De inicio não me acostumei com esses pneus de taco, fazem um pouco de barulho e me pareceram duros. Vamos ver como se comportam no “ripio”. Parti de Bariloche as 13:30 hs, sendo que o casal já havia saído pouco antes. A estrada de Bariloche até El Bolson já é um espetáculo, mostrando o que ainda pode vir. Muitas curvas, estrada entre pinheiros , lagos e rios, o que eleva o prazer de pilotar uma moto. A decepção (minha, pelo menos) foi com a cidade de El Bolson, um tanto abandonada, sem cuidados de embelezamento para cativar os turistas(ela vive disso). Há muitos campings e cabanas pelo caminho. Foram 120 km de desestressamento. Depois fui a Esquel (160 km dali), mudando um pouco a paisagem mas conservando o prazer de pilotar por aquela estrada (Ruta 40). Essa região é patagônica, assim, trata-se de um deserto, com montanhas (alguns picos com neve) e vegetação rasteira. Vi alguns guanacos. Chegando em Esquel, nota-se uma cidade mais aprazível e organizada, bonita. Antes de chegar a Esquel encontrei dois motociclistas de Mato Grosso, e eles me disseram que por toda a região há falta de combustível. Não deu outra: havia imensas filas nos dois únicos postos que ainda tinham “nafta”. Pensei um pouco, e resolvi não ficar em Esquel, e seguir até Trevelin (22km depois), onde talvez tivesse gasolina. Aqui chegando, depois de rodar o total de 312 km desde Bariloche, o único posto que tinha “nafta” também havia filas enormes. Me resignei e fiquei na fila. Esta cidade está a 20 km da fronteira com o Chile. Total de espera: 2h30min . Quando tinha apenas 5 na minha frente, o caminhão de abastecimento de combustível chegou o começou a descarregar, o que enquanto isso ficou suspenso os abastecimentos. Liberado, passei na frente e eu mesmo ajudei o frentista abastecendo minha moto. Durante essa espera aproveitei para lubrificar a corrente e levar o para-brisa. Pegando informações de hospedagem, indicaram a Hosteria Casa de Piuedra. Coincidentemente, lá estava também hospedado o casal de Paraná, sendo que o Cleverson estava na “fila” da gasolina. Essa hosteria eu recomendo, é nova e bem atenciosos (ganhei duas cervejas pra saciar a sede), e o preço normal: US$ 50,00. A temperatura hoje variou de 24 a 39 graus, com muito sol (céu de brigadeiro). Nestes quatro primeiros dias pude observar, com tristeza, que os PREÇOS estão muito altos, principalmente na alimentação. O Brasil está bem mais em conta. Amanhã ingresso no Chile por Futaleufú, e a partir de então não tenho mais previsão de onde estarei, pra onde vou, etc. Vou andar conforme o sentimento do momento, sem pensar que devo estar em tal lugar, e em tal hora. Aproveitei e já lavei a roupa, porque depois não sei como vai ser...Amanhã inicia a aventura. Já me disseram que essa primeira parte não está muito boa, mas acham que pra moto não haverá problemas... Como não sei onde estarei, e se haverá internet, desejo a todos um Feliz Ano Novo 2012, e que o sol ilumine as estradas pras duas rodas. Daniel: o hotel em Bariloche é Aiuche, no centro.