Dakar - Paso San Francisco

Dakar - Paso San Francisco

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

14jan - Tucuman/AR a Fiambala/AR

montanhas, e curvas, antes de Tafi Del Valle

região de Tafi Del Valle
Saimos mais ou menos cedo: 07:15 horas. Foi facil encontrar o caminho até a Ruta 9. Essa ruta tambem era a que os competidores iam usar para sair da cidade. Como estavámos adiantados em relação a eles, não deu outra: por muitos quilometros, até desviarmos para Tafi Del Valle, éramos abanados, fotografados e filmados pelas pessoas, inclusive pelos policiais,  que estavam aguardando nos acostamentos desse trajeto a passagem dos competidores e suas equipes de apoio.  Foi novamente um momento diferente, compensador e que mecheu com o ego. Desviamos à direita dessa ruta e  em direção a Tafi Del Valle. Estrada muito boa, com paisagens que foram melhorando à medida que avançávamos, numa temperatura agradável. Tafi Del Valle é um imenso vale localizado entre montanhas da pré-cordilheira, com um grande lago a banhar essa região. Distancia-se a 100 km de Tucuman. Antes de se chegar a Tafi cruza-se uma serra muito bonita, cheia de curvas, com vegetação florestal típica de nossa Mata Atlântica, e isso em plena região semi-árida. A beleza do lugar é espetacular, ainda mais para quem está a pilotar uma motocicleta. Chegando em Tafi Del Valle, abre-se uma paisagem que transmite muita tranquilidade, com estrada sinuosa na calmaria dessa natureza. Tafi é local de razoável - mas boa - estrutura de hospedagem e restaurantes, pois é refúgio para relaxar, pedalar biscicletas, caminhar, etc., o que é visto por toda a estrada. É muito procurada em razão da sua beleza e paz que transmite aos visitantes. Vale a pena conhecer e viajar por esse lugar. Passando Tafi, fomos em direção a Belen, para depois ir a Fiambalá. À medida que avançamos começa a esquentar e a paisagem tornar-se semi-árida, sem perder a beleza, claro. Poderíamos ter optado por outro caminho, mais curto, para ir a Fiambalá, mas este é muito mais bonito. Nesse trajeto passamos pela Costa de Corlones, imenso vale cujo visual de um horizonte incrível. Essa região é dominada pelos cactus. Na localidade de Santa Maria (onde foi realizada a Etapa 4 do Rally DAkar, e a mais próxima de Tucuman, ou seja, aquela que gostaria de assistir mas que havia o bloqueio de passagem à meia-noite), pequena mas movimentada, principalmente por mochileiros, passa a famosa Ruta 40, que então pegaríamos para ir em direção ao sul. Nessa parte, mesmo com asfalto, está mal conservada. A Ruta 40 passa por dentro de algumas zonas urbanas, e numa dessas havia um lamaçal  muito grande atravessado na pista, decorrente de fortes chuvas e do barro que descia. Engatei uma primeira e coloquei os pés no chão (como se estivesse esquiando), e ainda assim a moto deslizava para os lados.
Vencido esse problema, outros nos esperavam. Nessa estrada, em especial dois lugares específicos, sempre haverá uma pequeno rio passando sobre a pista. No primeiro, depois de vermos por onde os veículos passavam, atravessamos sem muito problema. Mas no segundo, em que a água, com correnteza, atingia no mínimo na metade da roda, foi mais difícil, pois havia pedras no fundo que desviavam a roda dianteira, assustando um pouco porque era difícil de equilibrar bem a moto. Mas passamos ilesos pelos obstáculos. Depois disso pegamos 36 km de rípio, onde as obras ainda não estão concluídas. Não era um rípio dos ruins, mas a certa altura encontramos dois motociclistas parados porque a bomba dágua de uma das BMW havia estourado. Nada podíamos fazer e seguimos. Passamos por Belen, que a meu gosto não foi atraente, embora outros viajantes tenham gostado e ser um local de turismo (que não sei exatamente por que). No dia anterior o Alexandre havia reservado uma hosteria em Tinogasta, cidadezinha 50 km antes de Fiambalá, por receio de não encontrarmos hospedagem em Fiambalá. Lá chegando, a dona não estava e o atendente era mais lento do que tartaruga caminhando para trás. Resolvemos, então, ir até Fiambalá e ver se tinhamos sorte. O trajeto continua bom de pilotar. Lá chegando, eu consegui ficar na Hosteria Santa Rita (US$ 32,00), logo na entrada da cidade - último quarto -,  e o Alexandre e o Roni no Hotel Municipal, no centro (também conseguiram o último quarto). Em Fiambalá-AR (última localidade antes de atravessar o Paso San Francisco, até Copiapó-CH), tem pouca estrutura de hospedagem, sendo a principal o Hotel Municipal (com boa quantidade de quartos), essa Hosteria Santa Rita, mais uma outra hosteria que ouvi falar, e depois são pequenas casas/hospedagens. Para alimentação não há problema, embora não exista luxos e variedades. Os preços também não diferem muito do resto da Argentina, um pouco mais altos. Há, e isso é o importante, um posto de combustível que atende 24 HORAS. Na hosteria que fiquei conheci dois casais: um mais idoso, que medisse que ontem havia chovido muito nas Cordilheiras, por isso hoje de manhã quando foram para atravessar a fronteira, tiveram que voltar na metade do caminho em razão das barreiras de terra e lodo que desceram das montanhas, fechando a estrada; e o outro casal, jovem, que estavam com uma Faser 260, iriam sair de madrugada(pelas 05:00 horas) para ir ao Chile. Queriam para muito e tirar muitas fotos (eles estavam bem equipados com material fotográfico). Abastecemos as motos, lubrificamos as correntes, e enchemos cada um 10 litros de gasolina nos galões extras, pois não há mais "estacion de servicios" até Copiapó-CH, ou seja, nos próximos 480 km. Fiambalá, à noite, já estava em festa por causa do Rally Dakar, pois daqui dois dias estarão acampando na cidade. Jantamos e fomos descansar, porque resolvemos sair muito cedo amanhã. Andamos hoje 565 km.

36 km ripio próximo a Belen-AR
Tafi Del Valle-AR

... horizonte sem fim...


região de cactus...

Costa dos Cardones

... atravessando um dos rios...



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