Dia 11 - Popayan/EQ a Bogotá/CO

Fizemos hoje a saída mais rápida de uma cidade:7min. Rodamos 584km, entre as 07:10hs até as 17:20hs(chegada oficial em Bogotá), mas no hotel, depois de andar quase só em 1a. pelo transito maluco, chegamos as 20:00hs. Da entrada até o aeroporto(próximo ao hotel), a temperatura da moto atingiu seu limite máximo. Fiquei preocupado, e nada tinha o que fazer. O dia começou e se estendeu sempre por boas estradas, bem sinalizadas, ora pista simples, ora autopista. Inicialmente descemos montanha, com curvas, óbvio, mas bem tranquilo. Depois pegamos uns 250km de plano(+-), o que fez render...até chegar novamente nas montanhas. No trecho plano havia muito verde, paisagem interiorana, árvores frondosas cobrindo a estrada, tipo figueiras, formando um cenário bonito e receptivo aos olhos. Nessa região há vários viveiros, casas e hoteis/pousadas muito floridos, ajardinados bem cuidados (aliás, em toda a estrada de hoje se nota um cuidado com a aparência das casas). Há, também, muitas palmeiras enfeitando os lugares, e inclusive ao lado da estrada em alguns pontos. A Colômbia de hoje é diferente da de ontem. Ontem havia a beleza natural das montanhas, entrecortada pela estrada, formando penhascos enormes. Magnífico! Mas a estrada requeria maior cuidado, boa parte mal conservada, ou em obras, o que tirou um pouco do aproveitamento máximo do visual daquele trajeto. Hoje não teve aquela natureza diferente, mas o entorno de todo o trajeto fez da pilotagem um modo mais tranquilo e prazeroso; menos tenso. Quando perto do meio-dia paramos para almoçar(sopa e massa), começou a subida da montanha, partindo dos 1200msnm a 3200msnm, de 30C a 15C. Novamente foi um sobe-desce, com curvas pra tudo quanto é lado. O  movimento era intenso, principalmente de caminhões, o que nos obrigou a andar em 1a e 2a marcha quase todo o tempo, controlando a embreagem, o que fez doar muito a mão esquerda. Dificil de ultrapassar, por  formavam uma fila indiana. Nunca vi tanto caminhões numa mesma estrada. Aliás, essa estrada - Panamericana - é o único elo de ligação entre o Equador e Colombia, e único acesso a Bogotá. Para conseguir acompanhar o "fluxo" do trânsito, aqui na Colômbia eu descumpri todas as regras de trânsito. Todas as ultrapassagens foram em linha dupla(proibido!...acho), até na frente da polícia(ela também faz isso!). Estão fazendo nessa cadeia de montanhas mais uma pista, obra muito grande, com vários túneis e viadutos (de fazer inveja ao Brasil). Andamos uns 100km nessas montanhas, o que levou +- 3horas.  Na Panamericana ficamos parados, sob sol de 32C, por causa que um caminhão transportando uma turbina trancou na boca do túnel; liberaram depois passar pela contramão, e daí foi um festival de diversão ver todas as motos(porque elas foram acumulando na frente - havia uma fila de no mínimo uns 10km de veículos na montanha, parados -), saindo a "milhão", sem nada vindo ao contrário, por entre curvas da montanha, e nós no meio. Nesta parte da Colômbia há grande produção de café, principalmente na região de Almeria, ao norte. O exército colombiano faz presença ostensiva por quase todo o trajeto, principalmente quando é a Panamericana, nas entradas dos povoados, nas saídas, e em quase todas as pontes, seja de rio ou arroio. É estratégia deles. Ao mesmo tempo que isso inspira confiança para viajar, também pode significar que somente estão por ali, porque por ali há algum perigo.Na entrada de Bogotá até o aeroporto, são +- 15km, o que levamos 1:30min, onde parece que todos sairam ao mesmo tempo, tando indo quanto vindo, e isso em pleno final da tarde de um sábado.  Tenho percebido que nós, brasileiros, somos muito mais respeitosos no trânsito e muito mais eficientes, pois do Peru para cá, generalizando, os motoristas não fazem sinais de conversão, entram na frente, tiram "fininho" das motos, vão se "empurrando" para abrir espaço para passar, uma loucura! Quando chegamos no aeroporto fui pegar informações de hotel com taxista, e contratamos um para nos levar num hotel por ele indicado. Muito bom hotel - Hotel Boutique -, mas o preço é salgado: US$ 64,00. Mas o dia foi proveitoso, ainda que tenhamos chegado cansados. Domingo será dia de lavação de roupa, organização, descanso (da moto) e passeio. Segunda-feira "temprano", levaremos as motos na empresa Cargo Pack, próxima ao Terminal de Carga do aeroporto, para providenciar nos despachos.