Dia 17 - Rivas/NC a San Miguel/ES

Hoje praticamente me concentrei em rodar e atravessar fronteiras, e ainda preocupado com o amigo Marcelo e sua moto. Rodei 503 km, com temperaturas de 28 a 36,5 graus. Saí as 08:15, e cheguei em San Miguel, El Salvador,  as 18:40hs. A Nicaragua é basicamente de paisagens rurais. Algumas partes de árvores verdes (longe de se comparar com a Costa Rica), outras um pouco retorcidas e quase secas. Predomina por essa estrada na Nicarágua um tom amarelo, principalmente suas pastagens, mas que parecem de boa qualidade, uma vez que o gado é bem saudável. É comum haver tropas de boiadeiros pela estrada, o que leva a termos cuidado com o gado da tropa. Há também muitos animais soltos, como se esses fossem os donas da estrada.  Passei pr'oximo de um vulcao que nesta semana foi noticiario na Nicaragua, pois ele esta soltando fumaca, e eles estao monitorando sua acao. Ainda ta soltando fumaca.

A estrada está boa, com razoável sinalização. O trânsito, como em outras cidades, é truncado quando a Panamericana passa  por dentro desses povoados ou cidades, o que me faz perder tempo.Gostei  da Nicarágua, embora não cause nenhum  OH! As aduanas (funcionários) dos países que fiz hoje (Nicaragua, Honduras e El Salvador) até que são rápidas (em média 1,5 a 2hs para cada passagem completa). O problema é sempre aquela fotocópia que precisa, e de um documento que eles emitem na hora. Essa burocracia eu ainda não entendi. Fiz uso dos "atravessadores", embora nem sei o porque, pois eles não  sabem nada, mas ajudam apenas para dizer meio logo qual a janela que devemos ir. Sei lá, mas parece que isso me deixa mais "confiante" em relação  à moto estacionada. Aparecem de cada vez uns 6/7 "atravessadores" querendo o "cliente". Isso é chato. Eu aponto pra um que me parece menos inconfiável, aponto o dedo e digo: é tu! Gasta-se em média US$ 10,00 esses "profissionais". Deve-se pagar  taxas nos países de Nicarágua e Honduras, tanto pra entrar quanto pra sair... É conveniente ter bastante "troco" em dólares, para "distribuir entre os "experts" . Sobre Honduras, n~ao gostei  nenhum pouco. Achei uma porcaria. Tudo muito sujo, desorganizados, pessoas (exceto os funcionários da aduana) que não inspiram minima confiança. 'E um pais pobre, crianças pedindo dinheiro por qualquer coisa, inclusive na estrada elas ficam com uma pá colocando terra nos buracos e da'i pedem dinheiro pelo "serviço" . A criminalidade está em alta, notando-se pela quantidade de desocupados à beira da estrada. Em Honduras a delinquência juvenil está a olhos vistos. Atravessei Honduras direto, ainda que fosse o pais com mais policiais na estrada, inclusive fui parado, mas bem tratado.  Os primeiros 55 km de estrada de Honduras são terríveis, muitas panelas. Entrei no ritmo da dança dos veículos, fazendo ziguezague. Fiz também do acostamento a estrada principal; preferia ultrapassar pelo acostamento. Depois ficou menos pior.Feitas as 4 aduanas, estou em El Salvador, na cidade de San Miguel, que surpreendentemente e legal, movimentada, e num ótimo hotel - Hotel Tropico Inn -, ao preço de US$ 43,00 (ontem paguei 35 por um meia-boca, sem desayuno). Na aduana de El Salvador(foram os mais atenciosos e eficientes, sem carimbos, tudo no computador, exceto no final para passar o 'ultimo  conferente" , já na estrada), o aduaneiro me aconselhou a n~ao usar a máquina fotográfica no pescoço, e não viajar a noite. Para bom entendedor, foi o suficiente. Ainda que já anoitecia e tenha viajado um pouco a noite, me senti seguro. Recebi mensagem do amigo Marcelo, que disse ter sido afetada a roda, e que tentaria consertar para poder seguir adiante. Observei que nessa região central da América - CR, NC, ES - , o café da manhã é a base de ovos, arroz e feijão, bem reforçado. Amanhã ainda não sei o que vou fazer, aguardo resposta se espero aqui por um dia, ou se sigo adiante em direção a Guatemala.