Dakar - Paso San Francisco

Dakar - Paso San Francisco

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010




Saímos de Corrientes as 9horas e fomos seguindo o nosso destino do dia, até Salta. Numa das paradas, encontramos um casal, também motociclistas, o Gladistone e a Neusa, que são de Cascavel/PR. Depois de conversarmos, resolvemos seguir a viagem juntos.
A estrada no percurso estava boa, e tudo corria tranquilamente, claro, apesar do calor. No trajeto - que alguns trechos havia alguns buracos - , o Luis (e também o casal de Cascavel) desviaram do primeiro e acertaram o segundo. Tudo foi muito rápido. Ouvimos um barulho forte e a mala do lado esquerdo estava solta, batendo no asfalto. Paramos para fazer o encaixe, mas para o pior, a peça de encaixe estava quebrada. Nisto o Gladistone já estava ao nosso lado para ajudar. Enquanto o Luis e o Gladistone tentavam amarrar a maleta, parou outro casal de motociclistas, o Lobo e a Edinéia. É incrível como existe parceria entre os motociclistas. Com a maleta amarrada e firme, seguimos à frente. Entretanto, um outro grande problema se avizinhava: a falta de combustível. Onde passávamos havia ou fila para abastecimento, ou não havia nafta(gasolina). As notícias eram de caos total na Argentina. Nesse momento ainda tínhamos gasolina para atingir o objetivo do dia, mas o Lobo já estava quase na reserva. Em Joaquim Gonzales as pessoas estavam na fila a mais de 4 horas, para poder abastecer. Tentamos comprar lugar, negociar combustível com o frentista, mas tudo em vão. O Luis conversou com um senhor que também estava na fila e ele prontamente se ofereceu para ajudar com um galão de gasolina, e que os três motociclistas dividiram.
Seguimos mais tranqüilos. Chegaríamos em Salta com sol, se não fosse a mudança do tempo. Havia a formação de nuvens e começaram uns pingos, então o Luis avistou um posto e resolveu parar para colocar as capas de chuva. Como estávamos seguindo juntos na viagem, os outros também resolveram parar. O vento começou a ficar mais forte, levantando terra. Relâmpagos cada vez mais próximos de nós. Conversei com o frentista e ele recomendou que a gente aguardasse porque a situação seria pior, e que a chuva levaria em torno de meia hora. Nesta hora agradeço pela luz, porque o temporal arrancou algumas telhas do posto, o forro começou a se despeender, levantou lixos, arremessou longe o luminoso do posto. Foi assustador. Descobrimos depois que uma das lâminas de metal do forro atingiu o parabrisa da nossa moto, arrancando uma borracha de proteção dos parafusos, e arranhando um pouco o parabrisa.
Saímos dali, abrigados com as capas de chuva e com bastante atenção na estrada, porque o pessoal nos alertou que poderia haver obstáculos no caminho em razão do temporal. Realmente, algumas pedras e árvores caídas, mas sem maiores problemas, a não ser a água que cobria o asfalto numa parte baixa. Aguardamos um pouco no acostamento observando os caminhões e carros que se arriscavam na travessia. Em seguida conseguimos também atravessar, fazendo um moto-aquático. Depois disso, a estrada é um deleite, ótima para pilotar.
Chegamos em Salta às 21horas, e fomos direto para o hotel. Quase todos os hotéis estavam lotados. Fomos jantar numa casa de show, o que aliás essa cidade de Salta tem em profusão. Muito linda a cidade. Por isso chamam ela de “La Linda”. Amanhã seguiremos a Susques. Boa noite.

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