Dakar - Paso San Francisco

Dakar - Paso San Francisco

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011







Hoje pudemos levantar mais tarde. Visitamos as ruínas em Ollantaytambo, principal cidade dos Incas. O dia estava lindo, com bastante sol e sem vento, o que acontece mais à tarde. Contratamos o guia Juan, que nos levou para a visita do parque arqueológico e foi contando os fatos históricos e como tudo ocorreu.
O sitio arqueológico de Ollantaytambo era o centro administrativo, político, militar e espiritual.
A gente fica impressionada como as coisas aconteciam e de que forma eram feitas. As pedras que pesam toneladas, como o granito, foram carregadas até o topo deste morro, em torno de 70m de altura. Impressiona, também, a forma como foram lapidadas, totalmente lisas, sem felpas, e com encaixes perfeitos. Tudo era bem arquitetado, pois seus ângulos e inclinações já previam abalos sísmicos.
A subida é bastante cansativa. É preciso estar com uma botina leve e confortável ou tênis com garras de preferência, levar algum agasalho, principalmente para chuva, que geralmente pega as pessoas desprevenidas. É inconstante. E não esquecer de levar água.
Era tudo muito bem pensado e analisado, porque existem relações importantes. A preparação da agricultura, a colheita e o armazenamento. Os locais para armazenar estão colocados mais ao alto da montanha para que os alimentos ficassem arejados e mais bem protegidos da umidade, principalmente porque eram diferentes cereais.
O Templo Sagrado do Inca é voltado para o sol, o local das oferendas ao Deus Sol. Também observamos como eram canalizadas as águas e onde o Inca se espiritualizava. Esta parte do sítio foi descoberta em 1980, e até hoje existem escavações porque acreditam que ainda haja coisas enterradas.
Quando estávamos descendo ouvimos fogos de artifício e o guia nos informou que hoje a noite teria a festa dos Reis Magos, então já estavam anunciando. Foi uma longa mas gostosa caminhada. O guia se despediu, mas eu o Luis resolvemos subir novamente e fazer um novo caminho e fotografar um pouco mais. Na realidade não se tem vontade de sair.
Após o almoço, voltamos para o hotel, porque o Luis precisava revisar a moto, fazer a troca do óleo e consertar o pneu furado com um prego. Sempre que sai a viajar carrega as ferramentas e óleo para fazer a troca. Enquanto isto, aproveitei para colocar o diário em dia.
A tarde está bastante ensolarada, mas com muito vento, o que dá uma sensação de frio. O sol queima, mas na sombra é bom ter uma leva agasalho.
Enquanto estava escrevendo,ouvi uma música, tambores e flauta, corri até a janela e estavam se aproximando um grupo de peruanos com suas roupas típicas anunciando então a jornada dos Reis Magos. Corri para a frente do Hotel para conseguir fotografar o evento. São vários grupos que se apresentam durante o dia e percorrem pelas ruas da cidade.
Como o Luis iria demorar para terminar o conserto do pneu, resolvi dar uma volta pela cidade. Mas estava ansiosa para subir a outra montanha: “To Pinkuyuna”.
Comecei a subida me sentindo um pouco sozinha, porque a subida é bastante íngreme e rente ao morro, então é bastante difícil ver se há outras pessoas. Aos poucos fui observando que havia sim, mais acima, então me encorajei e fui subindo. Sentia uma vontade imensa de subir, precisava fazer isto, uma emoção me impulsionava, mesmo com receio de machucar meu joelho. Valeu o sacrifício, pois a vista daquele lugar é espetacular, uma vez que as ruínas são vistas sob outro ângulo. São poucas as pessoas que vão lá.
Na descida encontrei um casal de brasileiros de Curitiba, conversamos um pouco sobre a beleza do lugar. Falei que tinha vindo de moto e o rapaz me disse que também é motociclista e tem uma KTM e tem muita vontade de fazer esta viagem de moto. O problema é que a esposa não gosta, prefere vir de avião e somente passear pelos lugares mais próximos, no máximo 100km. Mas falei que é uma viagem bem gostosa porque as rodovias estão ótimas, somente alguns buracos eventualmente.
De volta ao hotel, resolvemos sair para comprar pilha e jantar. Quando estávamos contornando a praça, o Luis cumprimentou dois motociclistas de Belo Horizonte que já estavam de saída para viajar. Nisto outro casal (residentes na Bahia) que estavam se deliciando com uma cerveja, perguntou se tínhamos vindo realmente do sul, de motocicleta. Estávamos conversando quando chegaram: Ulisses, Alan, Márcio, Leonardo e Rodrigo residentes em Garibaldi e Carlos Barbosa. Gaúchos, bah tchê!
Eles tinham acabado de chegar de Cuzco e também iriam pegar o trem para Águas Calientes, às 23horas, como o casal. Preciso me desculpar por não ter gravado os nomes, mas tenho certeza de que eles irão abrir o blog e me responder, até porque precisam me enviar a foto, daí com certeza irei me redimir.
Fomos jantar no Hearts Café, do Rider (que fica numa das esquinas da praça central, o qual recomendamos), porque gostamos muito dos pratos servidos, e bem servidos, e do atendimento do Rider. Os sucos são naturais e muito saborosos. O Rider é bastante atencioso, cordial e receptivo. Com certeza é uma ótima indicação, apesar do restaurante já estar lotado. Quando estávamos nos despedindo do Rider, chegaram os gaúchos também para jantar.
Bem, agora vou dormir porque amanhã teremos que levantar às 5horas e o dia será bem puxado, pois finalmente visitaremos a cidade sagrada dos incas: Machu Picchu. Estou na expectativa do que verei amanhã.
Ótima noite a todos que estão nos acompanhando. Talvez não esteja muito bem escrito, mas procuro escrever ao máximo os acontecimentos, para que mesmo longe, vocês possam viajar um pouquinho.

Um comentário:

  1. Oiee

    Tenho acompanhado a viagem de voces pelo blog.
    A cada dia uma descoberta nova, muito interessante e lugares realmente muito lindos.

    Aproveitem bastante pois momentos assim é que fazem a diferenca na vida.

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