Saimos de Tacna, depois de um merecido descanso, porque o cansaço era muito forte por causa do vento do dia anterior, e apontamos a moto para Puno. Essa saída de Tacna é por uma rua entre um mercado aberto, verdureiros, quitandeiros, etc., e circulação de carros sem qualquer organização. Vencida a saída, a dúvida era se iríamos pelo caminho mais bonito e longo (via Desaguadero), e passando por aquela polícia que havia parado o Luis e seus amigos em 2008, ou pelo caminho mais curto e novo (rodovia recém inaugurada, chamada Transoceânica, que liga o Acre-BR a Ila-PE, no oceano Pacífico). Escolhemos a nova e curta.
Não conheço o outro trajeto, mas viajar por essa “carretera” foi sensacional.
Passamos por Moquegua e, antes de chegar a ela, anda-se uns 20 km por um verdadeiro oásis, pois há uma extensão de 200 a 400 metros de largura com muito verde, com a rodovia cruzando no meio. Há belas pastagens, com vacas gordas, verduras, frutas e hortaliças. Tudo isso em pleno deserto!
Depois de Moquegua, onde abastecemos, andamos por entre montanhas por quase todo o restante do trajeto, em torno de 250 km, cheio de curvas e coloridos diversos nessas montanhas. Chegamos a uma altitude máxima de mais ou menos 4.700 metros, e depois viaja-se oscilando entre 4.000 a 4.500 metros. Apesar de eu sentir frio, o Luis me disse que não estava tanto, pois da outra vez ele pegou gelo , neve, neblina forte e chuva. Hoje é um filé. A temperatura girava entre 22 a 31 graus, mas a sensação térmica era bem menor. O tempo colaborou, com muito sol e nuvens, dando um visual especial. Essa viagem tem me surpreendido com as mudanças e visuais, sempre me parecendo cada vez melhor. Chegamos cedo a Puno, pelas 4horas da tarde, e fomos logo ao hotel, o mesmo que o Luis ficou em 2008 (Hotel Totorani). Fizemos logo uma reserva para o passeio de amanhã às ilhas Uros e Ilha Taquile. Estabelecidos, saímos à noite para jantar no centro, indo e voltando de moto-taxi, que treme que nem vara verde em dia de muito vento.