Dakar - Paso San Francisco

Dakar - Paso San Francisco

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008





A saida de Arica foi às 10 horas, sendo que a fronteira do Peru fica a apenas 16 km. Para registrar, o amigo Luiz Paulo chegou ontem ao final da tarde em Arica, e no mesmo hotel, vindo um dia depois de nós de San Pedro de Atacama. Hoje de manha,depois do café, ele seguiu outro rumo. Boa viagem, Luiz Paulo! Quando se está perto da aduana chilena, existe também um posto de venda de formulários, ao contrario do que haviam informado que somente na rodoviaria de Arica. Nesse posto de venda encontramos uma turma de motociclistas de Mato Grosso, e eles se surpreenderam quando dissemos que viajamos à noite na descida da serra, pois eles fizeram de dia e disseram que tiveram medo por causa dos penhascos. Bom, nós não vimos, pois, como ja disse, era noite escura e sequer notamos as laterais...No retorno vou conferir! Se eu havia reclamado da aduana argentina pela demora, que saudades dela agora! Na aduana do Peru a burocracia(ou burrocracia) é muito pior, onde mandam a gente de um lado pro outro, necessitando 5(cinco) carimbos até ser liberado. Isso que os carimbos, em alguns casos, o funcionário fica ao lado do outro, e cada um com o seu... Bom, no total foram 3 horas de aduana. Haja paciência! Ultrapassada a burocrática aduana peruana, entra-se no Peru mas com o coracao sempre na mão, pois os relatos de propina aos carabineros peruanos é quase uma norma instituida. Mas felizmente até aqui(Moquegua) nao nos importunaram. A primeira cidade peruana é Tacna, uma zona franca peruana, distante 50 km da fronteira, sendo que antes de chegar a ela há um verdadeiro camelódromo próximo ao asfalto. Essa cidade possui um templo mesquita muito bonito, e uma igreja católica também. A duas principais avenidas sao bonitas, bem arborizadas (uma delas com duas fileiras de coqueiros, e nelas até parece que nao se está no Peru), eis que estao limpas. Mas no resto é um tanto bagunçado, principalmente o trânsito. Aliás, o trânsito no Peru sempre é um caso a parte, todos buzinando por qualquer coisa, ou até por nada. A saída dessa cidade para ir a Moquegua é um horror, pois num certo momento devemos passar entre fileiras de verdureiros, numa feira em plena avenida da saída, quase no seu final. Temos que desviar dos quitandeiros, com uma sujeira muito grande no chão. Esse trajeto de Tacna a Moquegua é literalmente um deserto, com ventos fortes, terra seca, areia e poeira(muitos redemoinhos), dando uma sensacao de desolacao, bem ao contrário do deserto de Atacama, que é bonito, enigmático e insólito. Porém, faltando uns 30 km para chegar a Moquegua, avista-se (e depois passa pelo meio dele) um oasis comprido, que se estende até a cidade de Moquegua, que nao ultrapassa a largura de 500 metros, onde há plantacoes de milho, uva, batata, melancia, melao e certamente outras frutas e verduras, e , por incrível que pareça, em pleno deserto, há criacao de vaca leiteira, e diga-se de passagem, muito bem alimentadas no meio de um pasto verdejante. Achei isso impressionante. Ah... o leite é retirado da vaca no próprio pasto onde ela está! Moquegua é uma cidade relativamente grande para a regiao, transito intenso na rua principal, bonita por sinal. Essa cidade explora a pecuária, agricultura, e destaque para a uva, sendo uma cidade vinícola. Outra curiosidade é que em pleno deserto, antes de chegar a Moquegua, há vários aviários de criacao de frango. Aqui também tem uma espécie de favela nos morros que a cercam. Saímos para jantar(óbvio que era frango assado com batata), e chama a atencao que no centro dessa cidade há um verdadeiro ´paraguai´, com várias tendas vendendo de tudo, e com um movimento de fazer inveja a Foz do Iguacu. Amanha se vai a Puno, cidade famosa pela ilha de Uros, localizado no Lago Titicaca. Hoje rodamos pouco, aproximadamente 220 km. O combustível aqui no Peru nao é de qualidade, e devemos cuidar também onde abastecer. Até agora a previsao do roteiro está seguindo de acordo com o esperado. A estrada no Peru está boa, com algumas obras pelo caminho. Um destaque para o GPS, pois funciona muito bem, o que facilitou entrar e sair das cidades, e achar os locais marcados, como hotel, mecanico, aduana, etc. Com ele nao há como se perder. O comportamento da moto continua excelente. Para quem tem alguma dúvida ou tempo para viajar para essa regiao desértica, nao há problema algum, porque nada até agora nos deixa com sensação de abandono. Verdadeiramente não é um bicho feio. Basta ter vontade de enfrentar essa viagem, que tudo irá trancorrer bem. Boa noite.

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